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PRÓTESE DE SILICONE DIFICULTA DETECÇÃO DE TUMORES NAS MAMAS [+ATENÇÃO]

ESTUDO RECENTE CAUSA POLÊMICA AO DAR INDÍCIOS DE QUE OS IMPLANTES DIFICULTAM A DETECÇÃO DE TUMORES NAS MAMAS EM SEUS ESTÁGIOS INICIAIS.

  O alerta vem da Universidade de Quebec, no Canadá, mas deve ser ouvido com atenção também aqui no Brasil, segundo país no ranking mundial de cirurgias para aumentar o tamanho dos seios. Lá, o epidemiologista Eric Lavigne e o professor de medicina preventiva e social Jacques Brisson revisaram 12 pesquisas publicadas após 1993 e, então, constataram que mulheres com próteses apresentam risco 26% maior de descobrirem eventual câncer de mama apenas quando ele está em fase avançada. Por outro lado, o trabalho ressalta que o silicone facilita o autoexame, porque serve de apoio para os nódulos. Acontece que, infelizmente, quando o tumor é notado pelo toque, via de regra já está bem grande.
  Só que os canadenses não pararam por aí. Eles analisaram outros cinco artigos que os levaram à seguinte conclusão: as mulheres, digamos, turbinadas têm uma probabilidade de 38% maior de morrer ao serem flagradas com a doença. Segundo os autores, justamente porque os implantes dificultariam a localização de tumores por meio de exames como a mamografia convencional - eles geram sombras na imagem e atrapalham a visualização de tecidos. Assim, a chance de a enfermidade ser pega nas fases iniciais seria reduzida, diminuindo por tabela as taxas de sobrevivência. A médica Gisele Mello, especialista em imaginologia mamária pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e responsável pelo Grupo de Mama do Fleury Medicina e Saúde, em São Paulo, acrescenta: "Problemas com os implantes, a exemplo de rupturas com extravasamento do material e próteses de má qualidade, às vezes até simulam lesões malignas nos testes".

  Como não poderia deixar de ser, o desfecho da pesquisa conduzida por Lavigne e Brisson, publicada no renomado periódico científico British Medical Journal, caiu como uma bomba entre a turma que aumentou o número do sutiã graças a esse tipo de cirurgia. E, de quebra, provocou reações fortes entre os profissionais de saúde. "Esse estudo tem falhas metodológicas e vem sendo bastante questionado", dispara o cirurgião plástico Miguel Sabino Neto, da Unifesp. "Outros trabalhos comprovam a segurança dos implantes e mostram que eles não restringem exames de rotina", defende.

A OPERAÇÃO
  Ela é feita com anestesia geral ou local, conforme o caso. Há uma série de formatos e tamanhos de próteses e vários fatores são levados em conta na escolha, como a estatura, a elasticidade da pele e a expectativa da mulher, claro. A incisão é realizada logo abaixo da mama, em volta da parte inferior da aréola ou na axila - cada uma dessas técnicas oferece suas vantagens, que devem ser debatidas com cirurgiões plásticos.

NÚMEROS TURBINADOS
O desejo de possuir seios fartos vem se espalhando em território verde-amarelo!
  • 3 em cada 10 brasileiras sonham fazer uma cirurgia para aumentar o tamanho dos seios.
  • 58% das mulheres do nosso país que vestem sutiã número 38 estão satisfeitas com os próprios seios. Mas o índice sobe para 79,8% entre as que usam a peça no tamanho 44.
  • 94% delas pensam que o implante é capaz de elevar a autoestima.
  • 148.926 cirurgias de aumento mamário foram realizadas no Brasil em 2011, colocando o país atrás somente dos Estados Unidos, onde houve 284.351 procedimentos. No mundo todo foram 1,2 milhão de operações para colocar silicone.
  • 63,5% das brasileiras acham que tem seios muito pequenos ou, na melhor hipótese, médios.
Fonte: Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Levantamento "Tamanho é documento". Encomendado pela MENTOR WORLDWIDE LLC e realizado pelo Instituto de Pesquisa IDEAFIX.

  O mastologista Antonio Frasson, do Instituto de Hematologia e Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, argumenta que ainda é cedo para definir qual a real interferência do silicone no prognóstico de mulheres acometidas pelo câncer de mama. "De fato foi demonstrado que as pessoas submetidas a essa cirurgia plástica têm um leve atraso na detecção da doença por meio da mamografia", reconhece. "Contudo, acredita-se que o tempo perdido é pequeno e tenha pouca ou nenhuma influência na evolução do quadro", contrapõe.
  Agora, será que os inúmeros tipos de implante ou mesmo as diversas técnicas cirúrgicas para colocá-los afetariam diferentemente as imagens dos exames? De acordo com Frasson, não há grandes estudos comparando materiais nem procedimentos em relação ao diagnóstico precoce - o importante é consultar um expert de confiança para decidir junto com ele quais opções são as ideais para seu corpo. "Outro ponto precisa ficar claro: o silicone em si não eleva o risco de a mulher desenvolver o tumor", assegura.
  A prótese, aliás, chega a ser recomendada a certas pacientes que foram para a mesa cirúrgica com o objetivo de remover nódulos malignos. "Ora, a mastectomia traz consequências estéticas que afetam a autoestima feminina e, assim, geram problemas na esfera sexual", lamenta Sabino Neto, autor de um levantamento sobre o assunto. Ele acompanhou 36 voluntárias mastectomizadas e percebeu que as que passaram pela reconstrução mamária relataram maiores índices de satisfação entre quatro paredes. "A técnica restabelece a forma e o volume das mamas. Isso, por si só, oferece uma melhora relevante na confiança e, com isso, na vida sexual", conclui.
CUIDADO EXTRA NA INVESTIGAÇÃO
  Apesar de os achados da pesquisa canadense não serem conclusivos, muitos médicos defendem que peitos turbinados demandam uma avaliação ainda mais meticulosa. "Como o silicone pode dificultar o diagnóstico precoce do câncer, indico, além da mamografia, uma ultrassonografia anual a partir dos 40 anos para quem colocou um implante", diz o mastologista Alfredo Barros, coordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio Libanês, na capital paulista. "O ideal é que os exames seja conduzidos de maneira bastante apurada nessa população", orienta.
  A ressonância magnética também começa a ser prescrita para complementar a mamografia em portadoras de peitos com silicones. "Novas evidências a apontam como uma ferramenta interessante por ser mais sensível, mas ainda são necessárias pesquisas para corroborar seu uso", comenta Eliane Hwang, cirurgiã plástica especialista em reconstrução da mama, do Hospital São Paulo da Unifesp.

  "Em seios com próteses ou até mesmo nos que são naturalmente muito densos, lançar mão da ressonância magnética e do ultrassom, juntos, pode ser uma boa medida", sugere o cirurgião plástico Edilson Pinheiro, da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza no Ceará. "Isso vale principalmente para pessoas com histórico de câncer na família e que, por isso, precisam de acompanhamento rigoroso", afirma. Embora os tumores de mama tentem se esconder, a tecnologia disponível é suficiente para identificá-los nos seus primeiros passos. "Hoje, com o monitoramento constante e personalizado, não há lesão que se camufle por trás do silicone", resume, confiante, o cirurgião plástico Pedro Vital, do Hospital Israelita Albert Einstein.

AMEAÇA AOS SEIOS
O câncer de mama é uma das grandes preocupações do sexo feminino

  • Apenas 10% dos tumores de mama são hereditários.
  • 22% dos cânceres em mulheres são de mama. É o segundo tipo mais frequente no mundo, atrás só dos tumores de pele.
  • 54% das brasileiras acreditam que implantes catapultam o risco de um câncer de mama, o que não é, por si, verdade.
  • 61% das pacientes diagnosticadas com o tumor ao redor do globo vivem mais de cinco anos.
  • 52.680 novos casos de câncer de mama em mulheres são esperados em 2013 no Brasil.
FONTES: Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Levantamento "Tamanho é Documento".

FONTE
Equipe Técnica Blog Pharmagistral.
Revista Saúde é Vital - Editora Abril



Nayara Souto Maior e Valdemir Soares


Nayara Souto Maior - Farmacêutica Generalista, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologia Industrial Farmacêutica, atua como Farmacêutica Magistral.

Valdemir Soares - Farmacêutico Generalista e empresário do ramo automotivo.

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