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REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA: ATÉ QUANDO VALE A PENA?

O uso indiscriminado do hormônio masculino pode trazer mais riscos que benefícios, tanto para os homens quanto para as mulheres.
NAS MULHERES:
Sim, as mulheres também têm testosterona circulando pelo organismo. "Nelas, o hormônio é produzido em pequena quantidade nos ovários e nas glândulas suprarrenais", explica a ginecologista Célia Regina Silva, da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro. A substância tem papel importante na manutenção da libido e do vigor físico, na sensação de bem-estar e na preservação de funções cerebrais. Sobre seu impacto na cabeça, uma pesquisa da Universidade Monash, na Austrália, testou a eficiência da reposição no período após a menopausa. Nas mulheres que receberam o hormônio, houve melhoras na memória e em outras habilidades cognitivas, em comparação com as voluntárias sem a terapia.
  Mas, a exemplo dos homens, a reposição de testosterona na ala feminina só deve ser feita quando a falta está comprovada. "A dificuldade é diagnosticar essa deficiência, já que a quantidade do hormônio varia muito de mulher para mulher", diz o ginecologista Ricardo Marinho, da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sem prescrição, a terapia é potencialmente perigosa: aumento do desejo sexual, menos gordura e mais músculos - os benefícios pregados por aí - são ganhos ínfimos se comparados aos riscos ao fígado e aos rins. "E a mulher ainda pode ficar com a voz grave, a pele oleosa e os clitóris com tamanho triplicado", adverte o endocrinologista Alexandre Hohl, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

NOS HOMENS:
Fabricada em larga escala nos testículos, a testosterona responde pelas principais características do homem a partir da puberdade: barba, desenvolvimento do pênis, crescimento de músculos...E, depois dos 35 anos, é natural que sua produção diminua gradativamente. A situação fica ruim quando essa queda é muito acentuada. "A falta da substância na idade adulta causa redução de pelos axilares e pubianos, diminuição da próstata e perda de tônus muscular", enumera a endocrinologista Karla Melo, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
  O distúrbio, chamado de hipogonadismo, também está por trás de baixas na libido, menor frequência de ereções, depressão, irritabilidade e cansaço. "Quando esses sintomas estão associados a menos de 300 nanogramas do hormônio por decilitro de sangue, é preciso lançar mão da reposição do hormônio", indica o urologista Aguinaldo Nardi, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.
  Muita gente, porém, recorre à substância sem orientação médica para ganhar músculos ou conquistar mais energia. Em um levantamento da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, de 11 milhões de homens que utilizavam o hormônio sintético, 30% não precisavam realmente dele. "O uso equivocado faz os testículos desistirem de produzir testosterona", alerta o urologista Sami Arap, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. E isso compromete desde a fertilidade até o humor.

TIPOS DE REPOSIÇÃO
Confira as vantagens e desvantagens das três formas de terapia.
INJETÁVEL
A única disponível no Brasil, é aplicada a cada 15 dias ou de três em três meses, de acordo com a marca. A injeção é bastante dolorosa.

GEL TRANSDÉRMICO
Chega ao mercado nacional até o fim deste ano. Ele pode ser aplicado nas axilas, nos ombros ou no tórax.

ADESIVO TRANSDÉRMICO
Também vai desembarcar em breve por aqui. Seu princípio é bem parecido ao dos cremes. Ganha pela praticidade do uso.

Fonte
Saúde é Vital - Abril (André Biernath)



Nayara Souto Maior e Valdemir Soares


Nayara Souto Maior - Farmacêutica Generalista, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologia Industrial Farmacêutica, atua como Farmacêutica Magistral.

Valdemir Soares - Farmacêutico Generalista e empresário do ramo automotivo.

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