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XAROPE - VOCÊ ESTÁ TOMANDO CORRETAMENTE?

A tosse incomoda bastante! Irrita e em situações mais sérias chega até a gerar cansaço. Porém, a tosse como também a dor de garganta, não é apenas uma simples irritação, é um alerta de que há algo errado com os pulmões. Este alerta pode indicar problemas como bronquite, asma, gripe e até mesmo a tuberculose.

É comum recorrer aos xaropes quando a tosse ou irritação na garganta começa a atrapalhar nossa rotina, se tornando uma coisa chata e muito incômoda, fazendo com que não seja possível conseguir executar todos os planos que fazemos para o nosso dia. A otorrinolaringologista Eliézia Alvarenga, do Hospital Samaritano de São Paulo, explica que os xaropes para tosse aliviam apenas o sintoma, sem tratar a causa do problema. "Por isso, antes de recorrer aos xaropes, é importante investigar a fundo o problema e, caso necessário, buscar tratamentos mais efetivos", afirma. Beber bastante água, por exemplo, ajuda a hidratar a garganta e os pulmões, diluindo o muco e diminuindo o catarro, excluindo a necessidade do xarope. Caso a tosse seja persistente, que dura por mais de três semanas, procure um médico para que ele receite o melhor tratamento.

Este é um assunto que parece ser simples, mas gera muitas dúvidas, não é verdade? Vamos conhecer melhor algumas propriedades dos xaropes!

Geralmente quando estamos com dores na garganta fazemos uso do mesmo xarope indicado para tosse, pensando que resolverá nosso problema. Porém, os xaropes específicos para a tosse, que contêm substâncias chamadas de antitussígenos, são indicados apenas para a tosse. "É importante frisar que esse medicamento é apenas um coadjuvante no tratamento da doença que está causando a tosse", diz a otorrinolaringologista Eliézia. Quando a doença é tratada como um todo, e não só a tosse especificamente, outros sintomas como a dor de garganta também desaparecem. "A melhor forma de curar inflamações e irritações na garganta é com hidratação, que não possui efeitos colaterais."

Quanto aos tipos de tosse, todos elas podem ser tratadas com xaropes. Existem diferentes tipos de xarope que funcionam para diferentes tipos de tosse. Há aqueles com substâncias que diluem o muco, os broncodilatadores ou então que agem diretamente no sistema nervoso central, inibindo a tosse. "No entanto, é importante lembrar que os xaropes são apenas um coadjuvante no tratamento, sendo muito mais indicada a hidratação constante e investigação das reais causas do problema", afirma o pneumologista Marcelo Alcântara, diretor da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. De acordo com os especialistas, os xaropes são mais indicados para a tosse irritativa - que é seca e constante, chegando a atrapalhar a rotina - ou para tosses muito carregadas e com muco.

Mesmo se tratando de um xarope que aparenta ser uma substância inofensiva,é um medicamento. E nenhuma medicação deve ser usada sem o conhecimento do médico. Todo o medicamento deve ser ministrado com supervisão médica, mesmo que não seja necessária a receita. "Muitas vezes, há várias substâncias num mesmo xarope, combinando analgésicos, descongestionantes e antitussígenos, e isso pode elevar o risco de complicações ou mesmo processos alérgicos", diz a otorrinolaringologista Eliézia. Outro risco comum é a pessoa se automedicar com um xarope que não é indicado para o seu tipo de tosse e com isso retardar o tratamento adequado para a doença causadora do problema, muitas vezes até agravando o quadro clínico.

Não deve-se utilizar o xarope apenas quando aparecem os sintomas, o ideal é ele ser tomado durante um período determinado pelo médico. Antes de fazer uso do xarope para tosse, o ideal é procurar tratar o problema de forma natural. Segundo o pneumologista Marcelo, ao menor sinal de gripe ou outras doenças que levem à tosse, procure se hidratar, manter uma alimentação saudável e fazer lavagens nasais com soro fisiológico diariamente. Mantenha o ar sempre úmido e fique em repouso. Se os sintomas persistirem, procure avaliação médica.

Entre os riscos de tomar xaropes em excesso estão: Boca seca e insônia.
Entre os principais efeitos colaterais do uso excessivo de xaropes estão boca seca, taquicardia e insônia. "Além disso, usar apenas o xarope para uma tosse persistente pode tratar apenas esse sintoma e mascarar uma doença mais grave", alerta Eliézia Alvarenga. De acordo com Marcelo Alcântara, muitas doenças podem iniciar como se fosse um simples resfriado e o tratamento do sintoma adiar o correto diagnóstico.

Devemos considerar uma tosse anormal e potencialmente perigosa quando o(s) sintoma(s) persistam por mais de tês semanas. Quando apresentamos apenas sintomas de gripe ou inflamação na garganta, a tendência é que ela dure entre duas e três semanas no máximo, pois é o período normal do processo de recuperação do organismo. Segundo os especialistas, em casos de complicações que geram muito catarro ou tosse em decorrência de crises alérgicas, pode ser que a tosse persista mesmo depois que o quadro tenha estabilizado, justamente como um reflexo do tratamento, no entanto, é importante que mesmo nessas situações ela não dure mais do que três semanas. Outro ponto é a tosse com sintomas associados, como tosse com sangue, vômitos, falta de ar, catarro com cores anormais (que não seja transparente, amarelado ou esverdeado) e catarro com odores. Nesses casos, é preciso procurar um médico antes desse período de três semanas, pois esses sinais podem indicar doenças mais graves, como pneumonia ou tuberculose.

Mas não existe uma maneira de evitar a tosse, nem mesmo tomar xarope quando há ausência de sintomas. De acordo com os especialistas, os xaropes só devem ser usados para o tratamento de um sintoma já instalado, e nunca para prevenção. "No outono e inverno, o melhor a fazer é tomar a vacina da gripe, evitar o choque térmico, abusar da hidratação, manter uma dieta saudável e praticar atividade física regular", recomenda a otorrinolaringologista Eliézia.

Entre as contraindicações estão: Pessoas com hipertensão ou alergia. 
As contraindicações para o uso de xaropes são principalmente alergia ou hipersensibilidade aos seus componentes. "Algumas fórmulas podem não ser indicadas para crianças, idosos, hipertensos, e portadores de glaucoma", explica a otorrinolaringologista Eliézia. Por isso, é importante consultar um médico antes de fazer uso da medicação. No caso dos diabéticos, estes devem procurar os xaropes que apresentem como componente de sua formulação o C.M.C (Carboximetilcelulose) que é um agente suspensor e substitui o açúcar na formulação do xarope.

XAROPES CASEIROS?
Eles afetam a tosse de forma indireta, agindo em outros sintomas. As receitas caseiras a base de própolis, mel, gengibre e outros produtos naturais com ação anti-inflamatória ajudam a aliviar a dor de garganta, ação que pode deixar a garganta menos irritada, inibindo a tosse. No caso de balas de gengibre ou outros componentes, manter a bala na boca pode estimular a salivação, hidratando as mucosas e aliviando tanto a tosse quanto a dor de garganta. "Mas ainda assim a tosse que dura mais de três semanas deve ser investigada, tendo os sintomas se aliviado ou não com os xaropes ou receitas caseiras", diz Eliézia Alvarenga. Além disso, o pneumologista Marcelo dá o alerta: "Os xaropes caseiros também podem protelar o correto diagnóstico da doença real, pois apenas aliviam os sintomas, mas não tratam a causa real do problema".

E os unguentos podem ser aliados do xarope no tratamento da tosse? 
Não, eles podem irritar as mucosas do pulmão. Pomadas vaporizantes e expectorantes são comumente usadas parar tratar a tosse. Segundo os especialistas, as substâncias presentes nesses unguentos podem ser extremamente irritantes para a pele e os pulmões, causando aumento da secreção de muco. Caso a pessoa esteja com uma tosse seca, pode ser que ela apenas migre para uma tosse com catarro, e para as tosses que já tinham catarro, a irritação pode aumentar esse muco, aumentando também a secreção na tosse, causando a impressão de que o processo está sendo acelerado. "No entanto, o melhor tratamento para tosse continua sendo a hidratação constante e o repouso", reforça Eliézia.

FONTE
Minha vida - saúde, alimentação e bem-estar

Nayara Souto Maior e Valdemir Soares


Nayara Souto Maior - Farmacêutica Generalista, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologia Industrial Farmacêutica, atua como Farmacêutica Magistral.

Valdemir Soares - Farmacêutico Generalista e empresário do ramo automotivo.

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