DECLARAÇÃO DE FALÊNCIA
Responsáveis por tirar as impurezas do sangue, os rins são suscetíveis a diversas doenças que limitam seu poder de filtração. Se a capacidade de limpeza cai para 10%, é necessário lançar mão da hemodiálise.
1 - ANTES DE COMEÇAR O TRATAMENTO
As artérias são resistentes e têm uma boa vazão de sangue, mas é difícil acessá-las por não ficarem próximas da pele. Já as veias se localizam na superfície, porém suas paredes são frágeis. De modo a resolver o impasse, médicos fazem uma cirurgia no pulso para conectar uma artéria a uma veia. A ideia é usar as vantagens de cada tipo. O novo vaso demora um a três meses para ficar bom. Após isso, já pode receber agulhas que ligam o paciente ao filtro.
2 - ESTÍMULO EXTERNO
A bomba da máquina não para de trabalhar por um minuto. Sua função é ditar o rítmo da hemodiálise, puxando o sangue para fora do braço. Ele, então, sai pela agulha, entra no tubo e sobe rumo à purificação.
3 - PARA NÃO ENGARRAFAR
A coagulação das células sanguíneas bloquearia a passagem do líquido pelo tubo, prejudicando a terapia. Para evitar isso, uma infusão de heparina é injetada. A droga deixa o sangue mais fluido.
4 - A FAXINA EM SI
Dentro do filtro, há um cano cheio de poros por onde as toxinas e sais minerais deixam o sangue. Aí, eles mergulham numa substância chamada dialisato, que segue para fora do filtro e é descartada junto com a sujeira.
5 - NADA DE XIXI
É comum que o sujeito com problemas renais pare de urinar e, assim, acumule água no corpo. Mas esse excesso também é liberado na diálise. A perda de H2O varia entre 1 a 4 litros por sessão, ou cerca de 5% do peso da pessoa.
6 - CAMINHO BLOQUEADO
Apesar de o corpo perder diversas moléculas, como sódio e creatinina, e muita água, nenhum glóbulo vermelho fica retido no filtro. Isso porque os poros do tubo da hemodiálise são pequeninos e não permitem a passagem dessas células.
7 - CATA-BOLHAS
Depois de sair do filtro livre de algumas impurezas, o sangue atravessa um dispositivo de segurança, que detecta e extrai partículas de oxigênio. Se elas entram na circulação corpórea, podem causar uma perigosa embolia pulmonar.
ALÉM DA LIMPEZA
A hemodiálise é essencial para que o indivíduo sobreviva. Mas ela não substitui os rins em tudo: a secreção de eritropoietina, hormônio que regula a produção de glóbulos vermelhos, fica deficiente quando esses órgãos funcionam mal. Para amenizar o quadro, os médicos recorrem a medicamentos.
Nove em cada dez pacientes com falência renal vão para a hemodiálise. Às vezes, contudo, o nefrologista indica a diálise peritoneal, em que a faxina acontece por meio do peritônio, membrana que recobre o interior do abdômen. A vantagem é poder passar pela terapia em casa, durante o sono.
E A MÁQUINA?
Ela monitora diversos indicadores da saúde. Entre eles, pressão arterial e venosa, batimentos cardíacos e perda de peso.
A DIÁLISE LEVA QUATRO HORAS E É FEITA TRÊS VEZES NA SEMANA, EM CADA SESSÃO O SANGUE PERCORRE 17 VEZES O FILTRO
O QUE ACABA COM OS RINS?
35,1% - Hipertensão arterial
28,4% - Diabetes
12% - Outros vários motivos
11,4% - Uma doença chamada glomerulonefrite crônica
9,3% - Ninguém conseguiu achar a causa
3,8% - Cistos diversos
FONTES
Zita Maria Leme Brito, Nefrologista especializada em hemodiálise e transplante renal do Centro de Rim, Cardiologia e Diabetes do Hospital Nove de Julho, em São Paulo;
Daniel Rinaldi dos Santos, Nefrologista e presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia;
Nestor Schor, Professor de Medicina e Nefrologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo;
Marcos Alexandre Vieira, Diretor Clínico da Fundação Pró-Rim, em Santa Catarina.
Revista Saúde é Vital - Editora Abril
Nayara Souto Maior - Farmacêutica Generalista, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologia Industrial Farmacêutica, atua como Farmacêutica Magistral.
Valdemir Soares - Farmacêutico Generalista e empresário do ramo automotivo.
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