FÍSICO-QUÍMICAS (interessante sob o ponto de vista de antagonizar os efeitos exacerbados de fármacos):
- Mecanismos frequentemente observados: reações de óxido-redução; reação de precipitação; adsorção; neutralização.
FARMACOCINÉTICAS:
- São decorrentes das modificações produzidas por um fármaco desencadeante sobre os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção de um outro fármaco, cujo efeito é modificado. Um dos agentes é capaz de modificar os parâmetros farmacocinéticos de outro agente administrado concomitantemente ou os dois agentes têm sua farmacocinética alterada.
INTERAÇÕES BIOQUÍMICAS:
- Podem ser enquadradas no grupo das interações farmacocinéticas; contudo, seus mecanismos que envolvem modificações das atividades de diversos sistemas enzimáticos justificam a constituição de um grupo especial.
FARMACODINÂMICAS:
- Resultam das modificações na resposta do órgão efetor, dando origem a fenômenos de sinergia, antagonismo ou potenciação. Essas interações podem ser verificadas no nível dos receptores farmacológicos ou no nível de processos moleculares subsequentes à ativação dos receptores. Constituem as interações nas quais os efeitos finais são resultantes das ações farmacodinâmicas próprias dos agentes concorrentes. Ou seja, quando os efeitos da adição, somação ou potencialização são semelhantes e quando os efeitos são opostos: antagonismo.
ANTAGONISMO:
- Fisiológico: dois agentes com mecanismos independentes exibem efeitos opostos;
- Farmacológico: os agentes concorrentes atuam nos receptores comuns ou sobre as mesmas estruturas, tendo-se, respectivamente, antagonismo farmacológico competitivo;
- Físico: antagonismo se faz por mecanismo puramente físico;
- Químico: quando os agentes concorrentes reagem entre si quimicamente.
A ocorrência de possíveis interações envolve um conhecimento amplo de vários aspectos relacionados aos medicamentos, aos pacientes (talvez seja esse o de maior complexidade) e, também, à via de administração. Quando consideramos os aspectos relacionados aos medicamentos, temos que abordar tanto a questão farmacocinética quanto a questão farmacodinâmica, além das situações que poderão influenciar a ação de determinado fármaco, como uma simples alteração de pH urinário. As características apresentadas pelo paciente deverão ser consideradas. Por exemplo, a constituição genética, os estados patológicos (diabetes, hipo ou hipertireoidismo, etilismo etc.), a função hepática (com diminuição, poderá ocorrer uma metabolização insuficiente dos medicamentos gerando alteração dos níveis séricos e aumento da possibilidade de interação), os níveis séricos de proteínas (a hipoalbuminemia aumenta a gravidade de interação de drogas, cuja eliminação envolve a conjugação proteica), a ingestão de alimentos, a idade, entre outros aspectos, são de grande importância para a orientação correta em relação ao uso de medicamentos. Não podemos deixar de mencionar as considerações sobre as vias de administração, que, tal como os aspectos mencionados anteriormente, têm papel fundamental na predição de possíveis interações. Nesse sentido, devemos considerar a via e o tempo de administração, o período do tratamento (algumas interações poderão ser desencadeadas após determinado tempo de utilização do medicamento), a posologia (às vezes a interação é dosedependente) e a forma farmacêutica.
Conforme exposto anteriormente, entendemos que o aparecimento de possíveis interações medicamentosas não é um processo simples de ser verificado e, particularmente, quando se trata de fitoterápicos, já que grande parte da população, por crendice popular, acredita que medicamentos contendo drogas de origem vegetal não apresentam problemas em sua administração por, essencialmente, apresentarem componentes vegetais em sua composição. Uma das áreas que está sendo desenvolvida intensamente é a farmacovigilância. Sua importância é fundamental para os registros de reações adversas a medicamentos que ocorrem durante ou após o uso de um medicamento, a interação medicamentosa, o desvio de qualidade, o uso abusivo e a ineficácia terapêutica.
As pesquisas realizadas na área de fitoterápicos para a avaliação do uso eficaz e seguro de fitoterápicos são ainda incipientes, e as notificações de eventos auxiliam na geração de novas informações, colaborando para a promoção de seu uso racional. (Leia também nosso Manual de Farmacovigilância e aprenda como fazer uma notificação de eventos adversos).
FITOTERÁPICOS E SUAS INTERAÇÕES
Comentários Gerais: Informações e respectivas referências bibliográficas descritas em bula disponibilizada para profissionais da saúde, pela Anvisa. “De acordo com a categoria de risco de fármacos destinados às mulheres grávidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e não deverá ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista”. Não foram estabelecidas precauções para uso pediátrico e em idosos” (OMS, 1998). “Esse medicamento não pode ser utilizado em associação com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolíticos, antiagregantes plaquetários e anti-inflamatórios não esteroidais, por aumentarem o risco de hemorragias"” (MICROMEDEX, 2007). “Quando associado a inibidores da protease, pode reduzir as concentrações séricas dessa classe, aumentando o risco de resistência ao antirretroviral e falhas no tratamento” (GALLICANO et al. 2003; PISCITELLI et al., 2002). “Além disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo” (GURLEY et al., 2002).
Venda sob prescrição médica. Alertar pessoas que utilizam antiplaquetários, anticoagulantes, alho, vitamina E sobre o risco das interações. Informações e respectivas referências bibliográficas descritas em bula disponibilizada para profissionais da saúde, pela Anvisa. De acordo com a categoria de risco de fármacos destinados às mulheres grávidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e não deverá ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Este medicamento não deve ser utilizado em crianças menores de 12 anos e não existem contraindicações ou precauções específicas para os pacientes idosos. A associação deste medicamento com anticoagulantes, antiplaquetários, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) e/ou agentes trombolíticos pode aumentar o risco de hemorragias. Este medicamento pode diminuir a efetividade dos anticonvulsivantes e alterar os efeitos da insulina, aumentando a sua depuração. Pode provocar mudanças no estado mental quando associado à buspirona ou Hypericum perforatum. Potencializa o efeito dos inibidores da monoaminaoxidase e aumenta o risco dos efeitos colaterais da nifedipina. “Pode aumentar o risco de aparecimento da síndrome serotoninérgica quando associado aos inibidores da recaptação de serotonina e pode causar hipertensão em uso concomitante com os diuréticos tiazídicos. A associação deste medicamento com omeprazol acarreta diminuição de nível sérico do omeprazol” (YIN et al, 2004). “A associação com trazodona pode trazer risco de sedação excessiva” (GALLUZZI et al, 2000a). “Quando associado com risperidona e/ou fluoxetina há diminuição da disfunção sexual” (LIN et al,2007). “A associação com papaverina pode acarretar potencialização de efeitos terapêuticos e adversos” (SIKORA et al, 1989).
Nayara Souto Maior - Farmacêutica Generalista, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologia Industrial Farmacêutica, atua como Farmacêutica Magistral.
Valdemir Soares - Farmacêutico Generalista e empresário do ramo automotivo.
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